sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Reorganização da resistência

       Parecia mesmo que a resistência timorense estava aniquilada, era o que pensava o regime indonésio. No entanto, sob o comando de Kay Rala Xanana Gusmão, um dos sobreviventes do Comando Central da Fretilin e atual primeiro-ministro de Timor-Leste, entre 1 e 8 de março de 1981, reuniu-se uma Conferência Nacional da Resistência e a luta foi retomada. A Fretilin passou a usar as táticas de guerrilha, reiniciou as operações militares, aumentou sua importância e o número de membros; várias vilas foram ocupadas e importantes combates vencidos. Mesmo com imensas vantagens, as tropas indonésias foram seguidamente abatidas.
       No início de março de 1983, os indonésios e a seu pedido, devido à forte pressão da comunidade internacional, as conversações de paz entre o chefe das Forças Armadas da Indonésia em Timor, coronel Purwanto e o líder da resistência, Xanana Gusmão foram iniciadas na zona controlada pela Fretilin . Em 23 de março foi assinado um cessar fogo, ao mesmo tempo em que foi proposto em plano de paz pela Fretilin. No entanto, esta aparente abertura dos indonésios ao diálogo, foi mais tarde confirmada uma manobra para vencer a resistência timorense. Durante a trégua acertada, os generais indonésios procuraram conhecer o potencial da resistência e corromper seus líderes. Em agosto do mesmo ano, os indonésios desencadearam uma vasta operação militar utilizando sofisticados equipamentos militares e muitos soldados com a finalidade de "varrer" os rebeldes. O fiasco militar indonésio ocorreu pelo simples fato de que a guerrilha timorense, longe de ser aniquilada, controlava áreas de forma estável e nelas, os indonésios não ousavam penetrar. Constantemente desmoralizados no confronto militar, os indonésios mantiveram entretanto, a prática de atos que a imprensa mundial já havia destacado como sua "especialidade" : massacre de populações indefesas, prisões indiscriminadas, desaparecimentos, torturas, repressão. Estas práticas contínuas dos invasores estrangeiros e suas contantes negativas em reconhecer seus crimes, determinou uma gradativa irrupção de um importante interlocutor na defesa do povo timorense e um símbolo de sua identidade nacional: a Igreja Católica do Timor.

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